história e democracia

Saturday, April 29, 2006



A ARTE
EM ALGUMAS CIVILIZAÇÕES
AO LONGO DOS TEMPOS


Ilhéus, 12 de maio de 2004


APRESENTAÇÃO:




Este trabalho de história da arte foi elaborado por intermédio de pesquisa e estudos realizados em alguns livros didáticos e internet.
Foi utilizada como apoio a biblioteca daUniversidade Estadual de Santa Cruz-UES, onde foram consultados alguns livros constados na bibliografia desta pesquisa. Sendo realizada no período de 05 à 12 de maio de 2004, com o objetivo de esclarecer e fornecer algumas informações sobre a situação da arte de algumas civilizações ao longo da história humana.


Uilson Paulo Rezende Pereira.




Conceito de Pré – História

A pré-história compreende um vasto período que se inicia com o surgimento do homem sobre a face da terra, acerca de 1 milhão de anos, e termina com o aparecimento da escrita.Através dos estudos de fosses, desenhos e objetos encontrados pelos arqueólogos, podemos reconstruir essa época.
Do aparecimento do gênero humano sobre a terra à invenção da escrita, decorreu enorme período de tempo, denominado Pré-História, cujo princípio e fim variam segundo as diversas regiões do globo.
A cronologia mais utilizada para o início da Pré-História considera que os vestígios mais antigos do homem primitivo datam de cerca de 2 000 000 de anos na África, de 1 500 000 anos na Europa e de 15 000 anos na América. Descobertas arqueológicas recentes têm ampliado essas datas para 5 000 000 de anos na África e 40 000 na América.
O fim da Pré-História ocorreu primeiramente em regiões do Oriente Próximo - no Egito e na Mesopotâmia - por volta de 4 000 a.C., com a invenção da escrita ligada ao desenvolvimento das primeiras civilizações. Na América, na África Central e na austrália, o fim da Pré-História se deu com a conquista dessas regiões pelos europeus a partir do século XV, portanto, bem mais tarde.

Surgimento do Homem

De uma condição primitiva, passiva diante da natureza, o homem evoluiu: descobriu o fogo, criou a agricultura, inventou a escrita e passou a viver em grandes grupos organizados por meios de regras e leis.
Durante o período Paleolítico, iniciado provavelmente a cerca de 2 000 000 de anos, os grupos humanos surgiram, evoluíram e se espalharam na superfície terrestre, ligados ao movimento das quatro grandes glaciações da era quaternária.
As glaciações são fases marcadas por tempestades de neve, ventos violentos, frio rigoroso e empobrecimento da cobertura vegetal da terra. Cada glaciação é sucedida por uma fase interglaciária, mais úmida e mais temperada, que se instala progressivamente e na qual a calota de gelo recua em direção ao polo, a floresta reconstitui-se, os rios retomam seu curso e o nível do mar sobe.
A extensão variável dos glaciares condicionou os territórios onde os antepassados do homem podiam circular (planícies, grutas, abrigos, praias, etc) e onde foram encontrados fósseis e indústrias humanas. Nas regiões situadas fora da influência glaciar (zona mediterrânea e África), a cronologia climática baseia-se na alternância de fases úmidas e áridas.
É difícil elaborar-se um quadro satisfatório da evolução humana, visto que não existem registros arqueológicos completos. Atualmente se aceita o seguinte esquema básico de evolução: há uns 7 milhões de anos, de um grupo de driopitecos(também chamados "procônsules) separou-se o grupo dos ramapitecos, que constitui a "ponte para o homem" e sobre os quais existem pouquíssimos achados arqueológicos. A eles sucederam-se quatro estágios de hominídeos: o australopitecídeo, o pitecantropóide, o neandertalense e o moderno.
O estágio australopitecídeo, iniciado talvez há uns dois milhões de anos, inclui achados fósseis que podem ser reunidos em dois grupos: os pequenos australopitecos e os grandes australopitecos ou parantropos.
Os pequenos australopitecos eram bípedes, mediam cerca de 1,20m e pesavam entre 25 e 50quilos, com capacidade craniana média de 500 cm3. Seus primeiros fósseis foram encontrados na garganta de Olduvai, Tanzânia, n África, junto a seixos grosseiramente trabalhados à mão. A postura vertical trazia a vantagem de libertar as mãos para a manipulação; a associação dos movimentos das mãos com os olhos estimulava o cérebro. Assim, o bipedismo constituiu uma base para as habilidades culturais.
Aos australopitecos pequenos sucederam-se os australopitecos grandes ou parantropos, do tamanho de homens moderno, porém com o cérebro de 600 cm3. Foram encontrados em Olduvai e no Saara, na África e em Java, na Indonésia. A passagem do estágio australopitecídeo ao estágio pitecantropóide é um problema que cobre um vazio de achados fósseis de 1,25 milhões de anos. Deste período existem achados de pedra, mas não de ossos.
Depois dos australopitecos, os fósseis encontrados foram classificados como pertencentes ao estágio pitecantropóide. Os primeiros pitecantropos ou "homo erectus" datam de cerca de 500 000 anos e foi descoberta em Java (Indonésia), Pequim (China), Heidelberg (Alemanha), Tenerife (Marrocos, Olduvai (Tanzânia) e na Hungria). Viveram na Segunda fase interglaciária e seu cérebro possuía capacidade craniana média de 1 000 cm3.


Escola Franco – Cantábrica


A importância do livro "Imagens da Pré-História", que temos a honra de prefaciar, muito além, das belas imagens e a primorosa apresentação, reside, principalmente, na originalidade da abordagem proposta pela autora ao estudo da arte rupestre no Brasil.
Desde a descoberta das pinturas rupestres pré-históricas na região franco-cantábrica européia, no fim do século XIX e início do XX, numerosos autores debruçaram-se no estudo, registro e interpretação da arte rupestre. Estudada quase sempre dentro dos parâmetros da historia da arte, foi atrelada à idéias estéticas ocidentais. A falta de contexto no espaço crono-cultural em que se encontravam as manifestações do pensamento humano, fechava, contudo as possibilidades de uma maior e melhor utilização dos registros rupestres para o conhecimento da vida humana na pré-história.


No passado, a atitude em relação à pintura e a estátua eram em geral semelhantes. Não as considerou mera obra de arte, mas objeto que não tinha uma função definida. Essa escola tem como características principais os desenhos de animais em parede e rochas no período pré – história primitiva. Como exemplos podem citar as descobertas em parede de cavernas em rochas na Espanha e no sul da França no século XIX, os arqueólogos recusaram-se inicialmente a acreditar que representações tão animadas, tão naturais e vigorosas de animais pudessem ter sido feitas por homem na era glacial. Aos poucos, porém, os rudimentares apetrechos de ossos e ferro encontrados nessa região tornaram cada vez mais certo que essa imagem de bisões, mamutes ou renas tinham sido gravada ou pintada por homem que caçavam estes animais e, portanto, os conheciam muito bem.
É uma estranha experiência descer nas cavernas, muitas vezes seguidos de corredores baixos e estreitos, mergulharem negrume do ventre da montanha e, subto, ver a lanterna elétrica do guia iluminar a imagem de um touro. Uma Coisa é evidente: ninguém se teria arrastado por tal distância, até as soturnas estranhas da terra, simplesmente para decorar o local tão inacessível. Alem disso, poucas dessas pinturas estão claramente distribuídas pelo teto das cavernas, exeto um punhado delas na caverna de Lascaux.







CIVILIZAÇÃO MEGALÍTICA

INCAS


As fortalezas incas
Os edifícios incas se caracterizam pela monumentalidade e sobriedade. Suas cidades eram verdadeiras fortalezas, construídas com grandes muralhas de pedra. Os incas eram mestres em cortar e unir grandes blocos de pedra; a cidade-fortaleza de Machu Picchu é o exemplo mais espetacular dessa arte. Machu-Picchu foi descoberta em 1911, no topo de uma montanha de 2.400 m de altura, numa região inacessível da cordilheira dos Andes. Outras construções incas importantes ficam em Cuzco e Pisac. Cuzco, a capital do Império, tem uma rígida planificação urbana em forma quadriculada.

Formas de vida
A organização social inca era muito hierarquizada. No topo estava o Inca (filho do Sol), que era o imperador; depois a alta aristocracia, à qual pertenciam os sacerdotes, burocratas e os curacas (cobradores de impostos, chefes locais, juízes e comandantes militares); camadas médias, artesãos e demais militares; e finalmente camponeses e escravos. Os camponeses eram recrutados para lutar no exército, realizar as tarefas da colheita ou trabalhar na construção das cidades, segundo a vontade do Inca. A família patriarcal era a base da sociedade, mas até os casamentos dependiam da autoridade máxima. O sistema penal era rígido e o sistema político extremamente despótico.
O trabalho agrícola
A terra era propriedade do Inca (imperador) e repartida entre seus súditos. As terras reservadas ao Inca e aos sacerdotes eram cultivadas pelos camponeses, que recebiam também terras suficientes para subsistir. A agricultura era a base da economia inca; a ela se dedicavam os habitantes plebeus das aldeias. Baseava-se no cultivo de um cereal, o milho, e um tubérculo, a batata. As técnicas agrícolas eram rudimentares, já que desconheciam o arado. Para semear utilizava um bastão pontiagudo. Os campos eram irrigados por meio de um sistema formado por diques, canais e aquedutos. Utilizava-se como adubo o guano, esterco produzido pelas aves marinhas. Possuíam rebanhos imensos de lhamas e vicunhas, que lhes forneciam lã.
Cultura e religião
O idioma quéchua serviu de instrumento unificador do império inca. Como não tinham escrita, a cultura era transmitida oralmente. Com um conjunto de nós e barbantes coloridos, chamados quipos, os incas desenvolveram um engenhoso sistema de contabilidade. Na matemática, utilizavam o sistema numérico decimal. Os artesãos eram peritos no trabalho com o ouro. Mesmo sem conhecer o torno, alcançaram um bom domínio da cerâmica. Seus vasos tinham complicadas formas geométricas e de animais, ou uma combinação de ambas. A religião inca era uma mistura de culto à natureza (sol, terra, lua, mar e montanhas) e crenças mágicas. Os maiores templos eram dedicados ao Sol (Inti). Realizavam sacrifícios tanto de animais como de humanos.








CIVILIZAÇÕES PRÉ-COLOMBIANAS

As civilizações pré-colombianas extraordinariamente desenvolvidas em termos de sociedade humana e cultura, comparáveis às primeiras civilizações do Egito, da Mesopotâmia, e da China. Como as civilizações antigas do Velho Mundo, essas do Novo Mundo foram caracterizadas por reinos e impérios, grandes monumentos e cidades, além de refinamentos nas artes, metalurgia e escrita; as civilizações antigas das Américas também exibem nas suas histórias padrões cíclicos semelhantes de crescimento e declínio, unidade e desunião.
No Novo Mundo as raízes da civilização repousam no modo de vida agrícola nativo. Os princípios da agricultura podem ser datados vários milênios atrás, logo após o término do Pleistoceno (c. 7000 aC) com as primeiras experimentações, pelos americanos, do cultivo de plantas. A “domesticação” de plantas que pudessem servir de alimento demonstrou ser um processo longo, lento, e não senão muito tardiamente que a existência de aldeias com cultivo permanente como base da subsistência foi alcançada nas latitudes tropicais dos dois continentes.
Aldeias sedentárias de cultivo apareceram na mesoamérica em, aproximadamente, 1500 aC. Milho, feijões, abóboras, pimenta e algodão eram os cultivos mais importantes. Estes aldeãos, desde cedo, teceram panos, fizeram cerâmica e praticaram outras habilidades típicas do Neolítico. Aparentemente, tais aldeias eram economicamente auto-suficientes e politicamente autônomas, com uma ordem social igualitária. Mas bastante depressa depois disto, entre, aproximadamente, 1200 e 900 AC, a construção de grandes pirâmides de barro e plataformas, bem como, a escultura em pedra de proporções monumentais, sinalizou mudanças significativas na ordem social e política simples anterior. Primeiramente estas mudanças apareceram na região da costa meridional do Golfo do que é agora o México; as esculturas, em um estilo chamado Olmeca, presumidamente retratam chefes ou governantes. Destas e de outras indicações arqueológicas foi deduzido que se desenvolveu uma sociedade estruturada em classes e politicamente centralizada. Surgiram, subseqüentemente, outras capitais e grandes cidades nas regiões de vizinhas, que também exibiram um estilo artístico semelhante ao Olmeca. Este horizonte Olmeca (i.e., uma difusão cultural contemporânea, em sítios amplamente se espalhados) representou o primeiro clímax, ou “era de unificação" na história das civilizações mesoamericanas.



OLMECAS

Enquanto outros povos do México ainda permaneciam em uma fase primitiva, os olmecas construíram templos e pirâmides, esculpiram estátuas e altos-relevos em pedra e deram forma a uma religião e uma organização social que marcariam as grandes culturas clássicas da Meso-América. Com o termo olmeca designa-se a cultura de vários povos que ocuparam sucessivamente a úmida zona costeira entre o rio Papaloapan e a lagoa de Términos, onde se situariam posteriormente os estados mexicanos de Veracruz e Tabasco. Nessa região, plana e de chuvas abundantes, teve origem a primeira grande cultura conhecida da área, que permaneceu quase ignorada pelos arqueólogos até as primeiras décadas do século XX, quando começaram a ser estudados sítios arqueológicos como La Venta, Tres Zapotes, San Lorenzo e Cerro de las Mesas, entre outros. A cultura olmeca teve seu maior desenvolvimento no período chamado pré-clássico ou formativo médio, quando os habitantes da região, já sedentário, dominavam as técnicas de cultivo, tinha no milho a base de sua dieta e haviam desenvolvido a tecelagem e a cerâmica. Doze séculos antes da era cristã, surgiram os primeiros grandes centros cerimoniais conhecidos da Meso-América, que revelam a existência de um sistema religioso complexo, uma numerosa população e uma sociedade hierarquizada. San Lorenzo talvez seja o mais antigo centro urbano olmeca conhecido. Em pleno esplendor no século XII a.C., foi provavelmente destruído por volta de 900 a.C. O centro cerimonial de La Venta, que parece ter tido grande importância desde o início do século VIII até sua violenta destruição, perto do ano 400, compõe-se de várias pirâmides, a maior das quais mede cerca de trinta metros de altura. Essas pirâmides rodeiam uma praça quadrada na qual se encontram altares, estrelas monolíticas e colunas com altos-relevos. Os centros de Tres Zapotes e Cerro de las Mesas possuem estrutura semelhante. Em volta de Tres Zapotes acham-se vestígios do que pode ter sido um importante centro urbano.A arte dos olmecas alcançou seu esplendor na escultura. São muito conhecidas as enormes cabeças, de mais de dois metros de altura, esculpidas em blocos de basalto trazidas de pedreiras distantes. A maior dessas cabeças pesa mais de trinta toneladas. São arredondadas, com nariz achatado e boca característica, de amplo lábio superior curvado para baixo. Um motivo constantemente repetido nas esculturas e altos-relevos é o de um deus de traços ao mesmo tempo humanos e felinos. A figura da onça, onipresente na arte olmeca, seria transmitida à mitologia das civilizações meso-americanas posteriores como deus da chuva. Típicas da escultura olmeca são também as pequenas figuras humanas cinzeladas em jade ou modeladas em argila. Em geral assexuadas algumas têm o rosto semelhante ao das grandes cabeças já mencionadas. Em outras, a cabeça está deformada com um característico alargamento do crânio. Foram encontradas em lugares muito distantes e supõe-se por isso que tais obras de arte eram objeto de ativo comércio com outros povos. A cultura olmeca experimentou grande expansão, graças ao comércio e à emigração de colonos olmecas, que se estabeleceram em pontos bastante afastados de seu país de origem. São vestígios da cultura olmeca os petróglifos de Chacaltzingo, no estado mexicano de Morelos, os célebres "dançantes" de Monte Albán (Oaxaca), as pinturas rupestres de Juxtlahuaca (Guerrero) e uma variedade de achados efetuados na costa do Pacífico, até Costa Rica.Embora a civilização olmeca não tenha desaparecido repentinamente, parece que a capacidade inovadora de sua arte se perdeu de forma gradual. Outras culturas meso-americanas, como a maia e a de Monte Albán, adquiriram relevância, pois desenvolveram características próprias e alcançaram um poder de irradiação superior. Apesar disso, a tradição olmeca ainda se manteve em seu país de origem durante vários séculos.Em uma estela tipicamente olmeca encontrada em Tres Zapotes, conseguiu-se decifrar uma data, escrita em caracteres semelhantes aos dos maias, equivalente ao ano 31 a.C. -- anterior, por conseguinte, em três séculos aos primeiros registros de datas conhecidos da cultura maia. É provável, portanto, que o famoso calendário maia seja originário da cultura olmeca. Por outro lado, as estrelas mais tardias do sítio arqueológico de Cerro de las Mesas, dos primeiros séculos da era cristã, já refletem a influência das florescentes culturas de Teotihuacan, maia e zapoteca, então em plena expansão.
Fonte: Encyclopaedia Britannica






Os Maias

Provavelmente a primeira civilização a florescer no hemisfério ocidental, os maias ocuparam a América Central por mais de vinte séculos e atingiram um grau de evolução, no que se refere ao conhecimento de matemática e astronomia, capaz de sobrepujar as culturas européias da mesma época. A cultura maia floresceu entre o início da era cristã e a chegada dos conquistadores espanhóis, no século XVI, num vasto território que abrange Belize, parte da Guatemala e de Honduras e a península de Yucatán, no sul do México. Os maias não formavam um povo único, e sim uma reunião de diferentes grupos étnicos e lingüísticos como os huastecas. Há poucos relatos contemporâneos à conquista espanhola. Os espanhóis, no afã de erradicar o politeísmo e introduzir a fé cristã, destruíram a maioria dos códices maias, manuscritos com representações de cenas e hieróglifos de ambos os lados. As primeiras escavações arqueológicas em ruínas maias foram realizadas no fim do século XVIII, mas as explorações sistemáticas só começaram na década de 1830. Com base nas descobertas iniciais a respeito do sistema de escrita dos maias, revelado no princípio e em meados do século XX, os antropólogos imaginaram que a sociedade maia era pacífica e totalmente devotada a suas atividades religiosas e culturais, em contraste com os impérios indígenas mais guerreiros e sanguinários do México central. Contudo, a decifração completa da escrita hieroglífica maia forneceu um retrato mais verdadeiro da cultura e da sociedade daquele povo. Descobriu-se que muitos dos hieróglifos representavam histórias de soberanos que moviam guerra a cidades rivais e sacrificavam prisioneiros em honra aos deuses.
Arte
No auge da civilização, a arte dos maias era fundamentalmente diferente de todas as outras da região, por ser muito narrativa, barroca e, com freqüência, extremamente exagerada, em comparação com a austeridade de outros estilos. A arquitetura, voltada, sobretudo para o culto religioso, lançava mão de grandes blocos de pedra e caracterizava-se por abóbadas falsas e hieróglifos esculpidos ou pintados como motivos de decoração. As construções que mais simbolizam a arquitetura da civilização são os templos decorados com murais e símbolos esculpidos, e construídos sobre pirâmides, com topos terraceados. Uma escadaria central num dos lados da pirâmide conduzia o sacerdote ao interior do santuário, enquanto o povo permanecia no sopé do monumento. Diante da escadaria, ergue-se, quase sempre, um monólito com a figura de um personagem aparatosamente vestido, rodeado de motivos simbólicos e hieróglifos. Um dos mais importantes monumentos desse tipo está situado nas ruínas de Chichén Itzá. Os palácios, com várias salas e pátios internos, tinham plantas simples e retangulares. Outras construções notáveis foram os observatórios astronômicos e as quadras para a disputa de um jogo de bola cujas regras são pouco conhecidas.A escultura maia era subordinada à arquitetura como elemento decorativo e é também rica fonte de informações sobre a cultura. Em pedra, estuque e madeira, as esculturas decoravam lápides, dintéis, frisos e escadarias. Era ainda freqüente a instalação ao ar livre de estelas com relevos comemorativos, tais como as de Copán e Uaxactún.Na pintura, são importantes os murais multicoloridos, com técnica de afresco, sobre temas religiosos ou históricos. A pintura era também empregada para decorar a cerâmica e ilustrar os códices. Notáveis exemplos de pintura mural foram encontrados em Bonampak (onde destaca-se a magnífica indumentária representada) e em Chichén Itzá. Os afrescos do templo de Cit Chac Cah (estado de Chiapas), possivelmente do século VII, foram executados em estilo realista e cores vivas, nas paredes das três salas de cinco metros de altura, com cenas religiosas e profanas.A cerâmica maia pode ser dividida em dois grupos: os utensílios de cozinha do dia-a-dia, normalmente não-decorados, mas às vezes com formatos geométricos; e oferendas fúnebres. Os vasos destinados a acompanhar o corpo reverenciado eram geralmente pintados ou entalhados com cenas naturalistas ou freqüentemente macabras. Em Uaxactún, encontraram-se estatuetas muito primitivas, todas representando mulheres. Do período Chicanel, são outras estatuetas e vasos de formas simples, vermelhos e negros. Na fase seguinte, dita Tsakol, a cerâmica, mais apurada, apresenta grande diversidade de formas e acentuada estilização (Tikal e Uaxactún). A pedra mais preciosa para os maias era o jade, bastante trabalhado pelos artesãos e modelado principalmente em forma de placas, relevos ou contas de colar. Dos trabalhos em jade, restam alguns exemplos como a placa de Leyden (Tikal) e a do Museu Britânico, de extraordinária perfeição.










O Império Asteca

Os astecas pagavam tributos à tribo tepaneca de Atzcapotzalco. Em 1440, a agressividade dessa tribo causou o surgimento de uma tríplice aliança entre as cidades de Tenochtitlán, Texcoco e Tlacopán, que derrotou os tepanecas e iniciou sua expansão territorial pela zona ocidental do vale do México. Sob o reinado de Montezuma I, o Velho, os astecas tornaram-se um povo temido e vitorioso, ampliando seus domínios em mais de 200 quilômetros. Axayácatl, o sucessor de Montezuma, em 1469, conquistou a cidade de Tlatetolco e o vale de Toluca. O Império ampliou seus limites ao máximo sob o reinado de Ahuízotl, que impôs sua soberania sobre Tehuantepec, Oaxaca e parte da Guatemala. Em 1519, sob o reinado de Montezuma II, houve o primeiro encontro com os conquistadores espanhóis.



CIVILIZAÇÕES ANDINAS


Os Mochicas

Governamentais e construção de império, os peruanos antigos eram muito mais eficientes que os seus contemporâneos mesoamericanos.
A sociedade e a religião dos mochicas, uma das primeiras civilizações andinas, são conhecidas sobretudo pelos relevos e pinturas das numerosas peças de cerâmica ali encontradas. Cultura mochica é a que se desenvolveu nos vales litorâneos do noroeste do Peru, entre o século II a.C. e o século VIII da nossa era. O nome de seu povo provém de Moche, vale próximo à atual cidade de Trujillo, onde foram erguidas grandes construções, como as que ficaram conhecidas como huacas (templos, santuários) do Sol e da Lua. A primeira delas é uma enorme pirâmide escalonada, de base retangular, com mais de quarenta metros de altura, edificada certamente para fins religiosos. O templo da Lua é uma vasta plataforma sobre a qual provavelmente se erguia um palácio ou edifício civil, de que se conservaram fragmentos de parede cobertos de afrescos policromáticos. Conservam-se também vestígios de outras pirâmides e de povoados, caminhos pavimentados, fortificações e grandes obras de irrigação, como aquedutos e canais, em cuja realização os mochicas deram mostra de grande habilidade técnica. Em geral, o material empregado nas construções era o adobe (tijolo cru), adaptado perfeitamente ao clima seco do litoral peruano. A economia mochica baseava-se na agricultura em terrenos irrigados, para o que se utilizava o guano (adubo de excrementos) como fertilizante, e na pesca marítima, que adquiriu importância e certa complexidade técnica, tanto em sua execução como na conservação e transporte do pescado para o interior. Acredita-se que a sociedade mochica fosse de tipo teocrático, rigidamente estratificada, em que uma classe alta, muito reduzida, exercia as funções militar e religiosa. Os deuses sempre aparecem representados com aspecto intimidador. A população, graças ao aperfeiçoamento da agricultura e da pesca, era provavelmente muito numerosa, como demonstram as grandes obras arquitetônicas realizadas sem a ajuda de animais de carga e sem o conhecimento da roda.Hábeis trabalhadores do cobre e de metais preciosos, além de ótimos tecelões, os artesãos mochicas se aperfeiçoaram principalmente na arte da cerâmica, que alcançou entre eles notável adiantamento técnico. Nas incontáveis sepulturas subterrâneas descobertas (e com freqüência saqueadas), foram encontradas centenas de milhares de peças arqueológicas, hoje dispersas por todo o mundo. A cerâmica era muito diversificada: inclui desde vasos habilmente arredondados sem a utilização da roda de oleiro, decorados com desenhos planos em que as figuras são geralmente representadas de perfil, até vasilhas modeladas a mão e trabalhadas como esculturas. Nesses vasos estão representados aspectos da vida cotidiana e episódios de guerra, bem como retratos de pessoas, animais reais ou fantásticos, demônios, motivos vegetais e religiosos. Dada a inexistência da escrita, a civilização mochica só pôde ser estudada em profundidade graças às cenas representadas em sua cerâmica com surpreendente realismo.
Fonte: Encyclopaedia Britannica


CHIMÚS

Entre as civilizações andinas, o império chimú destacou-se pelo notável aperfeiçoamento que alcançou nas técnicas agrícolas e na organização estatal. O império chimú, ou chimor, desenvolveu-se na costa setentrional peruana entre a primeira metade do século XIV e a década de 1460, no denominado período intermediário tardio das civilizações andinas, tendo como centro a cidade de Chanchán, no vale de Moche. Segundo se acredita, os chimús chegaram à região andina pelo mar e se estabeleceram sobre os restos da anterior cultura mochica.Conhecem-se os nomes de nove curacas ou reis chimús. Nancen Pinco, que começou a governar por volta de 1370, iniciou a expansão territorial do império com a conquista da faixa costeira compreendida entre o rio Saña, ao sul de Lambayeque, e Santa. Mais tarde, o rei Minchançaman estendeu o domínio chimú até Piura, ao norte, e Lima, ao sul. Minchançaman foi derrotado pelo inca Pachacútec Inca Yupanqui e por seu filho Túpac Yupanqui. Mesmo assim, as dinastias chimús não se extinguiram sob o domínio inca e sobreviveram até durante algum tempo depois da conquista espanhola.A civilização chimú se baseou essencialmente na economia agrária. Importantes obras hidráulicas permitiram a canalização de águas destinadas à irrigação. A organização da atividade agrícola exigiu um tipo de estrutura social de caráter centralizado e urbano. As cidades, dependentes do curaca de Chanchán, se protegiam com fortificações e se comunicavam por caminhos calçados de pedras que uniam os vales andinos. A capital, um dos sítios arqueológicos mais importantes do mundo, contava com numerosos edifícios e bairros rodeados por muralhas.Característico da cultura chimú foi um tipo de cerâmica moldada e de cor negra. As peças, inspiradas no estilo mochica, não se destacam pela perfeição técnica, parecendo antes responder à necessidade de produção em massa. Entretanto os chimús trabalharam com grande habilidade os tecidos, os mosaicos de conchas e penas e a manufatura de objetos de ouro, prata e cobre. Combinavam esses metais com pedras preciosas para a confecção de jóias e objetos suntuários decorados com figuras de animais.A excessiva dependência do império chimú em relação às obras de canalização precipitou sua queda ante o avanço inca. Os novos dominadores da região andina herdaram dos chimús alguns aspectos de sua organização política, assim como seus progressos nas técnicas agrícolas e de construção.
Fonte: Encyclopaedia Britannica


Cultura Páleo - Brasileira:

CERÂMICA MARAJOARAIlha de Marajó-Pará-PA


A Cerâmica Marajoara é fruto do trabalho dos índios da Ilha de Marajó, de longa tradição, cuja fase mais estudada e conhecida foi o período de 400 a 1400 DC. Marajó é a maior ilha fluvial do mundo, cercada pelos rios Amazonas e Tocantins e pelo Oceano Atlântico e localizada no estado do Pará-PA, região norte do Brasil. O maior acervo de peças de Cerâmica Marajoara encontra-se no Museu Emilio Goeldi em Belém-PA. Há também peças no Museu Nacional no Rio de Janeiro, (Quinta da Boa Vista), no Museu Arqueológico da USP em São Paulo-SP, e no Museu Universitário Prof Oswaldo Rodrigues Cabral ,na cidade de Florianópolis-SC e em museus do exterior - American Museum of Natural History-New York e Museu Barbier-Mueller em Genebra. Um dos maiores responsáveis, atualmente, pela memória e resgate da civilização indígena da ilha de Marajó é Giovanni Gallo, que criou em 1972 e administra o Museu do Marajó , localizado em Cachoeira do Arari. O museu reúne objetos representativos da cultura da região - usos e costumes. Para se chegar à ilha leva-se 3 horas de barco, ou 30 minutos, de avião, partindo-se de Belém, capital paraense. Visando manter a tradição regional, o museólogo criou um ateliê de cerâmica onde são reproduzidas e comercializadas peças copiadas do acervo. O barro é modelado manualmente com a técnica das cobrinhas (roletes), sem o uso do torno de oleiro. Os índios de Marajó faziam peças utilitárias e decorativas. Confeccionavam vasilhas, potes, urnas funerárias, apitos, chocalhos machados, bonecas de criança, cachimbos, estatuetas, porta-veneno para as flechas, tangas (tapa-sexo usado para cobrir as genitália das moças) – talvez as únicas, não só na América mas em todo o mundo, feitas de cerâmica. Os objetos eram zoomorfizados (representação de animais) ou antropomorfizados (forma semelhante ao homem ou parte dele) mas também poderiam misturar as duas formas-zooantropomorfos. Visando aumentar a resistência do barro eram agregadas outras substâncias-minerais ou vegetais: cinzas de cascas de árvores e de ossos, pó de pedra e concha e o cauixi-uma esponja silicosa que recobre a raiz de árvores, permanentemente submersas. As peças eram acromáticas (sem uso de cor na decoração, só a tonalidade do barro queimado) e cromáticas. A coloração era obtida com o uso de engobes (barro em estado líquido) e com pigmentos de origem vegetal. Para o tom vermelho usavam o urucum, para o branco o caulim, para o preto o jenipapo, além do carvão e da fuligem. Depois de queimada, em forno de buraco ou em fogueira a céu aberto, a peça recebia uma espécie de verniz obtido do breu do jutaí, material que propiciava um acabamento lustroso.
Nas urnas funerárias, os índios colocavam os restos de seus mortos-ossos acompanhados de objetos. Externamente, tais urnas eram decoradas com desenhos gráficos relativos às crenças e aos deuses adorados. A decoração da Cerâmica Marajoara era feita com traços gráficos simétricos e harmoniosos, em baixo e alto relevo, entalhes, aplicações e outras técnicas.


Bibliografia:

# Gombrich; A história da Arte, 16ª edição. Editora LTC.
# Vicentino, Cláudio; História Geral, 5ª edição. Editora Scipione
# Milton e Maria Luiza; História Antiga e Medieval, edição revista e atualizada. Editora Scipione
# Adas, Melhem; Noções Básica de Geografia, 3ª edição. Editora Moderna
# http://www.civilizaçoes.ahistoria.com
# http://www.ceramicanorio.com/artepopular/ceramicatapajonica/ceramicatapajonica.htm

0 Comments:

Post a Comment

<< Home